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O Bitcoin ainda pode romper novos topos em 2026?
Aqui vai a leitura realista do ciclo

A pergunta que todo mundo devolveu para mim nos últimos dias é a mesma: “O Bitcoin ainda tem chance de fazer novos topos em 2026… ou esse ciclo já era?”
E a resposta não está em achismo, narrativa otimista ou torcida.
Está em acompanhar liquidez, tendência e estrutura do ciclo, exatamente os três elementos que realmente definem se o mercado tem força para subir ou não.
O ponto é simples, a liquidez global começou a cair.
– O Bitcoin perdeu a média de 50 dias.
– Os sinais macro estão mais apertados do que estavam há meses.
Isso não significa “fim do jogo”, e sim que o ciclo mudou de fase.
E, para continuar fazendo dinheiro, acumulando e se posicionando com inteligência, o primeiro passo é aceitar o mercado que temos hoje, não o que a gente gostaria que existisse.
A partir daqui, dá para destrinchar com clareza:
• por que o cenário ficou mais desafiador,
• o que realmente mudou na liquidez mundial,
• o que esperar de 2026,
• e em que condições o Bitcoin poderia ou não buscar novos topos.
Vamos por partes. 🖖👇

O GLI virou para baixo e isso mudou o mercado
A virada começou naquilo que realmente importa para ciclos de alta: liquidez.
O GLI, um dos melhores termômetros de liquidez global, despencou de 90 para cerca de 50 entre julho e o fim do ano.

Na prática, isso equivale a um aperto monetário de 2,5 pontos percentuais, ou seja, foi como se o Fed tivesse subido juros de forma agressiva… sem oficialmente subir nada.
E o mercado sentiu:
bolsa perdendo força,
bancos com reservas mais baixas,
colateral ficando mais escasso,
Bitcoin rompendo estrutura e perdendo a média de 50 dias.

Esse é o ponto-chave que muda o ciclo de que a liquidez encolheu e Bitcoin sem liquidez não faz topo. É exatamente essa drenagem de liquidez que explica a queda recente, a dificuldade de reação e o aumento da volatilidade nas mínimas.
Agora que entendemos de onde veio o impacto, vamos para a próxima pergunta lógica:
se o problema é liquidez… existe alguma chance real dela voltar em 2026?

A liquidez volta… mas não como no auge do bull market
A liquidez até começa a dar sinais de retorno, mas não é o mesmo combustível que empurrou tudo pra cima em 2023–2024.

De um lado, tivemos uma drenagem forte (equivalente a vários pontos de alta de juros “no seco”). Do outro, uma recomposição tímida, que ainda não compensa o que saiu.
E tem o ponto-chave, em que boa parte da liquidez que vem agora tende a ser via Tesouro, muito mais voltada para financiar déficit e segurar a economia real do que para inflar ativos de risco.
Não é cenário de “dinheiro infinito em cima de Bitcoin”, é um ambiente misto:
tem suporte o suficiente para evitar colapso, mas não necessariamente o bastante para empurrar o preço direto para novos topos.
Enquanto essa liquidez não aparecer no gráfico como BTC acima da média de 50 dias e se mantendo lá, a leitura continua sendo de mercado em transição, não de bull market consolidado.

E os novos topos em 2026, existem mesmo?
Dá pra ser honesto: não dá pra cravar que “acabou o ciclo”, mas também não dá pra fingir que está tudo alinhado para novos topos em linha reta.

Hoje o quadro é mais ou menos assim:
Estamos cerca de 30% abaixo da média de 50 dias.
A liquidez que entra é mais tímida e menos direcionada para ativos de risco.
O dólar ensaia força de novo, o que costuma pesar sobre Bitcoin.

Na prática, eu trabalho com duas teses na cabeça:
Caso base: o ciclo segue o padrão histórico. Depois do pico, vem um período de baixa/indefinição, e só voltamos a falar de novos topos se o preço recuperar e sustentar acima da média de 50 com liquidez consistente por trás.
Cenário “dessa vez é diferente”: uma surpresa de liquidez forte, algum gatilho macro ou institucional que empurre o BTC de volta pra cima da média de 50 e reabra espaço para máximas históricas.
A diferença é que eu não organizo minha vida financeira em cima do cenário otimista.
Enquanto o Bitcoin não retomar a média de 50 e mostrar força de verdade, novos topos continuam sendo possibilidade, não plano central.

Liquidez do Tesouro não é a mesma liquidez do Fed
Uma parte importante da narrativa é entender de onde a liquidez vem.
Porque “liquidez entrando” não significa automaticamente “ativos de risco subindo”.
No ciclo atual, o que está previsto para 2026 é uma entrada de liquidez via Tesouro, não via Fed, e isso faz toda a diferença.
O Fed, quando injeta liquidez, impacta diretamente o mercado financeiro:
Ações sobem, cripto sobe, risco volta para a mesa.
É a liquidez “boa” para bull markets.
Mas a liquidez do Tesouro opera em outra camada:
financia déficits do governo,
compra de dívidas de curto prazo,
permite que bancos operem com menos reservas,
estimula a economia real, não necessariamente os ativos de risco.
Isso ajuda a economia, estabiliza reservas e dá fôlego ao sistema… mas não significa que o Bitcoin terá força para quebrar a média de 50 só por causa disso.

Então o Bitcoin vai fazer novos topos em 2026? O que realmente importa agora
Depois de juntar todas as peças, o Bitcoin só terá chance real de buscar novos topos se reconquistar a média de 50 dias com força.
Enquanto isso não acontecer, tudo o que vemos são:
repiques de alívio,
ralis curtos,
armadilhas de liquidez,
e um mercado que ainda está limpando excessos do ciclo.
Isso não é pessimismo, é leitura de ciclo.
A estrutura atual é a mesma que vimos em:
2014
2018
2022
E agora, 2025/26 caminha na mesma direção.
A liquidez que está prevista não parece suficiente para reacender outro rompimento de topo imediato.
Pode acontecer? Pode. Mas não é o cenário-base.
É agora que quem entende o jogo:
faz caixa,
acumula Bitcoin com DCA estratégico,
evita alavancagem,
foca em renda em dólar com DeFi,
e espera pacientemente a volta da força do mercado.
Quando o rompimento vier (se vier), ele não vai avisar.
Mas ele sempre recompensa quem atravessou o inverno sem se mutilar tentando adivinhar o fundo. O jogo do próximo ciclo já está acontecendo.
E, como sempre, os melhores retornos surgem nos momentos em que o mercado parece mais confuso.
